Festival promove exibições em salas da capital, mostra online gratuita e uma programação paralela com shows, debates e encontros com artistas
O 17º In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical acontece de 11 a 22 de junho em São Paulo, reunindo mais de 60 documentários nacionais e internacionais em exibição nas salas do CineSesc, Cinemateca Brasileira, Spcine Olido, Spcine Paulo Emílio (no Centro Cultural São Paulo), Cine Bijou e Cine Matilha. Além das sessões presenciais, parte da programação será disponibilizada gratuitamente para todo o país por meio das plataformas digitais Spcine Play, Sesc Digital e Itaú Cultural Play (IC Play).
O festival é reconhecido por explorar o universo musical através do cinema, abordando desde grandes figuras da música mundial até cenas locais e movimentos alternativos que marcaram época ou ainda resistem de forma independente. A edição deste ano reafirma essa proposta, oferecendo também uma agenda paralela com shows, encontros, sessões comentadas e debates com convidados especiais — a programação dessas atividades será divulgada em breve.
Abertura com nostalgia dos anos 1990
A cerimônia de abertura está marcada para o dia 11 de junho, no CineSesc, e trará a première do documentário “Anos 90 – A Explosão do Pagode”, dirigido por Emílio Domingos e Rafael Boucinha. A produção mergulha no impacto cultural do pagode dos anos 1990 e traz depoimentos de artistas que foram protagonistas desse movimento, como Belo, Soweto, Péricles, Chrigor e Salgadinho. Também participam nomes de diferentes gerações, como Ludmilla, Gloria Groove e sua mãe, Gina Garcia, ex-backing vocal do Raça Negra.
“O pagode dos anos 1990 foi um fenômeno popular que merece ser resgatado e valorizado. Esse documentário é uma forma de contar a história de artistas que marcaram uma geração”, afirma Rafael Boucinha.
Diversidade sonora no telão
O In-Edit Brasil destaca a diversidade dos gêneros musicais abordados pelos documentários selecionados. Estão presentes figuras icônicas como John Lennon e Yoko Ono, a performática Peaches, o lendário compositor John Williams — autor das trilhas sonoras de “Star Wars”, “E.T.” e “Indiana Jones” —, além de nomes brasileiros como Cazuza, Letieres Leite, Leci Brandão, Googoosh, Dory Previn e o cultuado Júpiter Maçã.
Também fazem parte da seleção artistas e bandas do circuito alternativo que desafiaram convenções musicais, como Fugazi, Butthole Surfers, Jackie Shane e Cachorro Grande.
Foco nas cenas locais e alternativas
Um dos méritos do festival está na valorização das expressões regionais e dos movimentos alternativos. Este ano, o público poderá assistir a documentários sobre o rock de Goiânia, o hip hop norte-americano e o hardcore brasileiro dos anos 1990 — este último representado por bandas como No-Violence, Agrotóxico, Tube Screamers e Dominatrix. A música produzida em Porto Velho (RO) também será tema de um dos filmes.
“Queremos ampliar o olhar sobre a música e revelar o quanto há de efervescente em diferentes cantos do Brasil e do mundo”, destaca Marcelo Aliche, diretor artístico do festival.
Clássicos de volta à tela grande
Entre as sessões especiais, o festival trará de volta produções marcantes como “O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas” (2000), que completa 25 anos, e “A Noite do Espantalho” (1974), filme dirigido por Sérgio Ricardo que mistura música, crítica social e estética poética.
Homenagem ao flamenco e à música espanhola
Em parceria com o Instituto Cervantes, o In-Edit Brasil apresentará uma mostra especial dedicada à música espanhola, com quatro documentários sobre personagens fundamentais da cultura ibérica. Serão exibidos filmes sobre o maestro e compositor Xavier Cugat, as irmãs Fernanda e Bernarda de Utrera — referências no flamenco —, Mario Pacheco, fundador da influente gravadora Nuevos Medios, e Antonia Singla, bailarina surda que revolucionou o flamenco.
A volta de Singla ao festival é celebrada após o sucesso do filme sobre sua vida na edição anterior. Sua trajetória segue inspirando espectadores com sua superação e talento artístico.
Mostra online democratiza acesso ao festival
Para além das salas físicas, o In-Edit Brasil segue com seu compromisso de ampliar o acesso à cultura, disponibilizando parte de sua programação online e de forma gratuita nas plataformas Spcine Play, Sesc Digital e Itaú Cultural Play (IC Play). Dessa forma, o público de todo o país poderá acompanhar alguns dos principais destaques do festival sem sair de casa.
Essa medida reforça o papel do festival como um espaço de circulação de ideias e de democratização da cultura, contribuindo para a formação de público e para a valorização do documentário musical como linguagem artística.
Entrevistas e conteúdos adicionais
O diretor artístico Marcelo Aliche, bem como diretores e personagens de diversos filmes exibidos, estão disponíveis para entrevistas. A organização também oferece vídeos e áudios para a imprensa interessada em aprofundar a cobertura do evento.
Mais informações podem ser obtidas com a equipe de comunicação da ATTi Comunicação: Valéria Blanco e Eliz Ferreira.