Fim de ano no Ibira: exposições no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo entram na reta final em São Paulo

Aproveite os últimos dias do ano para conferir as exposições em cartaz — Xirumba se despede, enquanto “Silêncio Retumbante” e a mostra de Isa do Rosário retornam em 2026

São Paulo, dezembro de 2025 – O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, encerra 2025 com três exposições em cartaz que reafirmam o protagonismo das práticas artísticas afro-brasileiras na arte contemporânea: “Como a Terra Respira”, de Isa do Rosário“Orquestra”, do fotógrafo Xirumba; e “Silêncio Retumbante”, de Izidorio Cavalcanti, recém-lançada no final de novembro. “Orquestra” chega aos últimos dias de exibição e encerra definitivamente no dia 27 de dezembro, enquanto “Como a Terra Respira” e “Silêncio Retumbante” permanecem abertas em 2026.

Orquestra – Fotografias de Xirumba

Curadoria: Ariana Nuala e Rosa Couto
Até 27 de dezembro de 2025 | Marquise

Reconhecido como Patrimônio Vivo de PernambucoXirumba apresenta fotografias que não documentam uma cena — a desencadeiam. O artista articula corpo, território e celebração em retratos de figuras centrais da cultura popular, como Dona Selma do CocoLia de ItamaracáMiró da MuribecaMestre SalustianoAnderson Miguel e Barachinha.

Instalada sob a Marquise do Parque Ibirapuera, a exposição transforma o espaço público em sala expositiva e afirma a rua como palco, rito e arquivo vivo. “Orquestra” encerra sua circulação no dia 27 de dezembro, sem retorno previsto.

Como a Terra Respira – Isa do Rosário

Curadoria: Ariana Nuala e Rosa Couto
Em cartaz até 22 de fevereiro de 2026 | Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

Primeira individual da artista em um museu, “Como a Terra Respira” apresenta cerca de vinte obras em pintura, colagem têxtil, bordado e bonecas abayomi, técnica tradicional afro-brasileira associada à preservação da memória e à transmissão de afetos. Estruturada em três núcleos — OrixásSerpentes e Negritude/Religiosidade — a mostra relaciona espiritualidade e materialidade sem recorrer a ilustrações ou iconografias prontas.

O núcleo Serpentes atua como eixo conceitual da exposição: para Isa do Rosário, o movimento subterrâneo da serpente faz a terra respirar. Seus mantos, tramas e gestos têxteis ativam uma cosmologia que expande o entendimento da arte como tecnologia intelectual e ancestral. A exposição segue em cartaz até 22 de fevereiro de 2026.

Silêncio Retumbante – Izidorio Cavalcanti

Curadoria: Ariana Nuala, Rebeka Monita e Rosa Couto
Recém-lançada em novembro | Em cartaz até 29 de março de 2026 | Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

Em “Silêncio Retumbante”Izidorio Cavalcanti subverte o branco — não como cor, mas como infraestrutura simbólica. Usando sabão, piões cortados, sucata industrial, camisas bordadas e materiais do cotidiano, o artista cria instalações, objetos e videoperformances que tensionam hierarquias visuais e políticas.

Entre as obras exibidas estão “Suíte nº 1 para lavar roupas” (2006)“Meu tiro no peito” (2019–2025) e a inédita “Caminhando no lúdico” (2025). Recém-lançada no final de novembro, a exposição permanece em cartaz até 29 de março de 2026.

SERVIÇO

Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
Parque Ibirapuera, Portão 10 – Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – São Paulo/SP

Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 17h
Fechado: 24 e 25 de dezembro e 31 de dezembro e 1º de janeiro
Ingressos: R$ 15 (inteira) | R$ 7,50 (meia)
Quartas-feiras: gratuito
Classificação: Livre

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu fundador, Emanoel Araujo (1940-2022), o museu é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo conserva, em cerca de 12 mil m², um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias.

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